quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A tradição, o sólido e o pesado.

Como havia prometido, tentarei fazer alguma relação no que tange teoria e literatura, isso da maneira mais singela e ao mesmo tempo articulada possível.
O tema desta vez faz menção ao título Modernidade Líquida do muito interessante e famoso Zygmunt Bauman.
O que podemos depreender do título supracitado é uma questão essencialmente ligada à questão muito controversa da chamada Pós Modernidade.
Há de nos lembrarmos do tempo em que a solidez era substantivo mister, não só no mundo dos negócios, mas na vida em geral e portanto, na literatura não podia ser diferente.
Aproveito para dizer que nas próximas linhas não farei nenhuma resenha do livro em questão, apenas o utilizo para nortear o caro leitor sobre qual caminho e caminhar escolhi para as minhas divagações nesse artigo em específico.
Retomando o raciocínio, a solidez, o pesado, a tradição eram os caminhos tomados por muitos no fazer poético e justamente esses caminhos foram alterados, como bem percebe Bauman, para a questão da fluidez, do líquido, do não pertencimento e assim, do não enraizamento que ele apresenta, e que, eu gostaria de abordar.
Tudo se conectava com a questão de raiz, ou melhor, de fincar raízes. A fluidez era algo pernicioso, que traria na melhor das hipóteses, uma experiência de viagem, não um reconhecimento.
No que tange a vida corriqueira de um indivíduo, tudo se baseava em quanto tempo ele era capaz de assumir tal posição o maior tempo possível, em uma empresa, em família, em suas decisões, certezas. A dúvida, a mudança eram sinais de fraquezas.
Todavia, o que podemos depreender da era Pós Moderna é justamente o oposto e na literatura, o que podemos ver, também acompanha a pós modernidade.
O fazer poético está ligado muito mais à capacidade de se deparar com o tradicional rompido, resgatado, repetido ou mutado, ou até mesmo o novo de outrora ruminado.
O fazer poético pós moderno é líquido, leve, rarefeito.


Professor Ricardo Marques

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